domingo, 13 de novembro de 2011

Sinto saudades dos lápis de cor que trazes nos olhos - Poema 2 - XVI Concurso APPADCM 2011 Setúbal




 Premiado com uma Menção Honrosa 


O destino passa por mim como uma pena caprichosa
Tão apressada, tão amarga que a cegueira
Tirar-me-á a lucidez de voltar a ser menino

O sono poeirento das pedras descobre-me os pés
E o ruído das estrelas permanece imutável
Ao longe umas mãos pequenas estendem-se
Abraçam-me como dois girassóis ciclópicos
Sinto-me tão pequeno dentro daquele olhar

As portas da igualdade fecham-se,
O espelho agride a nossa desmedida incoerência
Através da vaidade dos olhos que não usamos

Posso pedir-te que me abraces de novo?
Sinto saudades dos lápis de cor que trazes nos olhos


Carlos Val

1 comentário:

Jessica Neves disse...

Merecido prémio querido Carlos

Ouvi este poema e adorei

Beijinhos

Jessica Neves