segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Na última falésia d’um filme mudo




Envolvo-me nas teias de seda da noite
À procura d´um corpo dentro de mim
Morro sobre o graal de sangue anémico
Perto dos subúrbios do meu olhar encovado

São tantos os recortes colados neste quarto
Onde o mar pernoita revolto, escondido
Por trás das letras crestadas, tingidas

Bastava-me um único nome, um nome
Sobre esta miopia de letras dispersas
Onde os cogumelos se repartem em musgo

Morro-me nestes dedos que te procuram
Na última falésia d’um filme mudo


Carlos Val

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