domingo, 5 de fevereiro de 2012

As pálpebras desidratadas da paisagem




Na veia óssea da noite a cal endurece
Os meus olhos tingidos de negro
O pavio da vela mastiga as fotografias
Onde nos olhamos como heras na sombra
Das pálpebras desidratadas da paisagem

A noite agasalha-se nas memórias
Da lareira apagada onde aqueço
A presença dos nossos corpos agitados

Invade-me o desejo, nos teus lábios
Brilha um fio de azeite por trás
Das zígnias que guardo nos bolsos


Carlos Val

1 comentário:

Thereza Green disse...

Muito bom o seu poema, tem musicalidade e uma boa combinação de palavras, abraço poético