terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ainda ouço as lágrimas de Shubert



O sol enterra-se na areia
Temo que a luz se apague
Dentro do meu corpo
E o mar se afogue perto
Da boca dos peixes

As ruas pintam-se de cinza
Numa paleta manchada de óleo
Derramado por um petroleiro
Feito de ondas de néon

Restam as traças que copulam
Sobre as flores plásticas
Que enfeitam as montras
Despidas dos meus olhos

Ainda ouço as lágrimas de Shubert
Cravadas no negro d’ Ave Maria


Carlos Val

1 comentário:

Thereza Green disse...

A tua poesia tem muita arte e musicalidade, abraço poético